Compreender o papel da Engenharia portuguesa e alinhar estratégias de ação no Horizonte 2020 foram os principais objetivos do XX Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros.
No arranque do Congresso, o Eng. Fernando Almeida Santos, Presidente da Região Norte da Ordem dos Engenheiros (OE) referiu a importância de encarar a Engenharia como o "epicentro” do crescimento saudável e sustentável. ”É necessário reconhecer o papel do engenheiro na Sociedade”, referiu.
O Bastonário da OE, Eng. Carlos Matias Ramos, realçou a relevância da intervenção da Engenharia na aplicação dos fundos europeus, nomeadamente na atribuição de "racionalidade” às decisões de investimento no âmbito do programa 2020.”O Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros pretende estimular a reflexão e o debate sobre linhas de ação futura”, referiu.
"O made in Portugal depende da existência ou não de capacidade inovadora”, analisou o Bastonário, expondo a necessidade de potenciarmos o posicionamento, "já por si estratégico”, do País através do desenvolvimento de áreas como o ensino, a investigação, tecnologias e telecomunicações e infraestruturas.
A importância da educação e formação na Engenharia foi outro dos temas evidenciados por Carlos Matias Ramos, numa altura em que as colocações do ensino superior nos cursos de Engenharia ficaram aquém do esperado. "A Engenharia é, apesar do momento que vivemos e não obstante a existência de falta de atividade, uma das áreas que mais oportunidades de emprego proporciona”, tanto a nível nacional como internacional, referiu. "A Ordem dos Engenheiros sempre se manifestou por um ensino exigente e rigoroso da Engenharia”.
A Engenharia portuguesa obteve, recentemente, um acréscimo no seu reconhecimento comunitário com a eleição do Eng. José Vieira, Vice-presidente Nacional da OE, para Presidente da Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenharia.
Conduzida por Luís Valente de Oliveira, a conferência inaugural versou sobre "A Europa e Portugal – o contexto inicial e os desafios”, e serviu como pontapé de saída para a análise das diretivas e fundos europeus no Horizonte 2020, tema que atravessou os trabalhos ao longo de todo o Congresso.
Formação e Inovação no Horizonte 2020
Ao longo de dois dias, a OE promoveu, assim, o debate acerca dos principais problemas, desafios e soluções no âmbito da "Engenharia 2020”, tendo promovido, no seu XX Congresso Nacional, a discussão sobre estratégias para o aumento da competitividade e crescimento da economia portuguesa.
As principais conclusões do evento foram apresentadas pelo Eng. Carlos Loureiro, Vice-presidente Nacional da OE, na sessão de encerramento, presidida pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Dr. Manuel Castro Almeida, e sublinharam a importância dos temas relacionados com o Conhecimento e Inovação, Formação, Infraestruturas, Indústria, Mar e Litoral, Sustentabilidade, Ambiente e Energia.
Contando com a participação de mais de 600 congressistas em mais de uma dezena de sessões plenárias e técnicas, o Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros gerou consenso no que toca à definição das principais estratégias até 2020.
A aposta na formação de base e, principalmente, no ensino superior nas áreas das engenharias, a inovação como motor para o desenvolvimento da economia nacional, a integração de infraestruturas e redes e a necessidade de uma reindustrialização estratégica são as principais conclusões retiradas dos trabalhos. "O Portugal 2020 foi desenhado com vista a aumentar a competitividade do País”, afirmou Manuel Castro Almeida, salientando o papel fundamental dos engenheiros na produção de inovação, referida como o "motor da competitividade”.
O caráter transversal do ensino superior foi uma constante ao longo de todo o evento, principalmente no que toca à manutenção e criação de centros científicos e tecnológicos de excelência, indispensáveis para a sustentação de uma "economia do conhecimento”, e a cooperação entre o mundo académico e o tecido empresarial.
A urgência na internacionalização das empresas, negócios e produtos portugueses foi também referida como uma estratégia importante para o futuro da economia portuguesa.
"O novo Quadro Comunitário terá de ser assumido como determinante numa estratégia de convergência do País na luta por uma economia real, em oposição à economia virtual (…)”, referiu o Bastonário. "Os desafios do novo Quadro impõem uma estratégia coletiva, consensual e mobilizadora da capacidade instalada no País, com apostas no conhecimento, no desenvolvimento equilibrado do território e na modernização das empresas, apostas que passam por uma forte ligação à inovação, potenciando um maior entrosamento entre as empresas e as Escolas de Ensino Superior de Engenharia”.